Quando se fala em desmame, pode ser assimilado como uma forma radical de retirada do leite materno, mas o desmame respeitoso se baseia no respeito aos horários, às necessidades nutricionais e emocionais do bebê, bem como do corpo da mãe
O desmame é uma etapa gerada pela transição natural da criança para a necessidade física de recorrer a outros alimentos, até que aos poucos alcance o desmame completo.
A Academia Americana de Pediatria, em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendam o leite materno como única fonte de nutrição durante os primeiros 6 meses, e dos 6 meses aos 2 anos é complementar, isso somente se a criança quer continuar amamentando.
Ao atingir o desmame, as alterações apresentadas não são apenas na alimentação, mas também geram alterações emocionais que impactam significativamente o bebê e a mãe, pois no caso do bebê ele pode sentir uma sensação de abandono por não receber algo elementar que é seu alimento, (isso quando um bom processo não é feito) e por parte da mãe pode se manifestar culpa e sentimento de perda por interromper a amamentação. Por isso é melhor que o desmame seja feito de forma gradual e acima de tudo respeitando o momento do bebê.
A amamentação não é apenas um meio de alimentação, é também um momento importante onde emoções constantes são transmitidas ao bebê. Para promover um desmame respeitoso, podem ser gerados momentos de contato apenas pele a pele, enquanto o bebê é carregado nos braços, deitado confortavelmente em seu travesseiro de amamentação para conversar com ele, mimá-lo e dar-lhe muito carinho, e também permita que o bebê brinque com ele, enquanto bebe leite de vez em quando.
É necessário que no momento do desmame a criança já esteja ingerindo outros alimentos complementares.
Como alternativa ao desmame, você pode ter espaços entre as mamadas, para dar outros alimentos ao bebê, será uma boa forma de fazê-lo saciar-se. Mas esta alternativa deve ser oferecida antes que o bebê volte a pedir leite. Quando ele pedir para beber novamente, você pode dar um pouco e motivá-lo a fazer outra coisa.
Quando o bebê consegue fazer 2 refeições por dia, 3 a 4 mamadas com leite podem ser suficientes. Lembre-se de que não oferecer o seio ao bebê não é o mesmo que deixar de lhe dar o seio. Se ele pedir, você deve oferecer o seio, mas se possível, não deve oferecer o seio. Este processo baseia-se em fazê-lo aos poucos e com muita paciência.
Se a mama ficar ingurgitada, é melhor tirar o leite para evitar mastite, assim será produzido menos aos poucos, não deve tirar completamente porque fará com que seja produzido mais leite.
Caso o bebê adoeça é bem possível que ele queira recorrer novamente ao seio como meio de refúgio, por isso é melhor ir com calma e amamentá-lo novamente, para que quando ele se sentir melhor, o procedimento de desmame pode ser retomado.
Esta é uma grande mudança para eles, portanto, evite fazê-la junto com outras mudanças importantes, como entrar na creche ou ter um novo irmão.